Segunda-feira, 21 de Novembro de 2005

- Como vai a língua na Galiza



Porta-voz do MDL envia carta
aberta a Touriño


Na manhã de hoje
o presidente do Governo Galego, Emilio Pérez Touriño, tentou o
impossível por se assegurar um lugar na história da língua galega, e
não esteve mesmo atinado, com certeza será a história quem finalmente
o coloque no seu lugar. Destaque da carta aberta ao Presidente enviada
pelo Porta-voz do MDL aos meios de imprensa.




CARTA ABERTA AO PRESIDENTE DO GOVERNO



Na manhã de hoje o presidente do Governo Galego, Emilio Pérez Touriño,
tentou o impossível por se assegurar um lugar na história da língua
galega, e não esteve mesmo atinado, com certeza será a história quem
finalmente o coloque no seu lugar.



Touriño falou hoje para o Comité das Regiões sem nada para dizer,
simplesmente para comprovar que com os meios técnicos necessários, até
o seu galego poderia ser utilizado nos organismos oficiais europeus. E
digo poderia, porque realmente o seu galego não foi utilizado para
nada. Touriño auto-proclamou-se histórico desde a bancada:



É a primeira vez que a nosa lingua se escoita nunha sesión do
Comité, e este feito, sen dúbida histórico, éncheme de orgullo como
presidente de todos os galegos e mesmo a título persoal.




Mas de aí a utilizar uma língua... isso não é bem a mesma cousa. Sr.
Touriño. Utilizar uma língua na Europa é poder falar e ouvir as
intervenções do resto dos oradores na mesma língua. Acho que falar uma
língua na Europa deveria ser poder utilizá-la de um dia para outro, de
um instante para outro, em pé de igualdade, pedir a palavra e falar
quando o orador o achar adequado. Então, pode considerar-se uma
intervenção livre e natural, o exprimir-se numa língua para cujo uso é
obriga fazer uma petição com sete semanas de adianto? Hoje, nem havia
serviço de tradução adequado. Falar é comunicar, falar é estar no
mundo, e estar no mundo é, no seu âmbito, senhor Touriño, ser
traduzido com normalidade para todas as línguas da Europa, como o
resto. Hoje, senhor Touriño, não chegou a falar realmente.



E começo pelas carências técnicas porque isso é o que era a sua
intervenção de hoje, uma mera experiência técnica carente de meios.
Mas já depois do discurso, e alentado por esse orgulho a título
pessoal que você não omitiu na sua intervenção, defendeu ante os meios
de comunicação que era a primeira pessoa em falar galego nas
instituições europeias argumentando que Nogueira tinha falado em
português. Sabe que o ex-deputado europeu do BNG afirma que falava
galego com alguns traços dialectais? Para um galego é triste ver o
presidente do seu país disputar dessa maneira um pedacinho de
história.



Sabia que os colectivos AAG-P e MDL enviamos recentemente, apoiados
por mais de 200 intelectuais, professores, escritores e cidadãos de
diferentes profissões, uma Petição ao Parlamento Europeu, aos grupos
parlamentares europeus e ao Presidente da Comissão Europeia, em que
solicitaram o reconhecimento da unidade da língua portuguesa, comum à
Galiza e Portugal?  (ver:

AGAL
)



Quando alguém tem a oportunidade de se colocar arbitrariamente ao pé
de vultos da nossa cultura como Rosalia, Curros ou Celso Emilio
Ferreiro é fácil deixar-se levar pelo orgulho, sobretudo se esse
alguém se vê na obriga de falar galego e representar um papel de
campanha eleitoral cumprindo com a obriga dum profissional da
política. Falar galego é mais do que isso senhor Tourinho, e que é
claro é que qualquer galego-falante, qualquer cidadão do nosso país
que viva na sua língua no seu quotidiano se reconheceu claramente nas
palavras de Nogueira ou Posada já anos atrás.



Falar uma língua é mais do que emitir uma série de palavras cuja
fonética não se é capaz de reproduzir nem de maneira aproximada. Mas
não vou ficar pelo sotaque do seu discurso e do da maioria dos seus
parlamentares. Senhor Touriño, para nós a língua é a mesma a norte e a
sul da fronteira do Minho, mas vou argumentar como se não o fosse para
demonstrar-lhe a situação em que o deixa a sua afirmação. Se os
senhores Posada e Nogueira falavam português e não galego pelos
traços dialectais empregues, não há lugar a dúvida, de que, quando
você se dirige aos ciudadanos galegos fala, pelos seus
castelhanismos, mais espanhol do que galego.



Deixe de parte por favor estas pequenas batalhas e diga-lhe ao seu
substituto habitual no Comité das Regiões que, se algum dia esquece
que sete semanas depois vai ter alguma cousa a dizer, como galego e o
português são a mesma língua, os tradutores portugueses poderão
traduzi-lo para o resto das línguas sem esforço e com total rigor. O
reconhecimento e a defesa da unidade linguística galego-portuguesa é a
única maneira de ter um galego forte na Europa e na Galiza senhor
Touriño; faça-lhe ao seu substituto esta sugestão e vai ver como, se o
seu substituto é galego-falante, não vai ter o menor problema. Essa é
a vantagem de falar uma língua internacional e útil.


Carlos Figueiras, Porta-Voz do Movimento Defesa da Língua.


Compostela, 17 de novembro de 2005.


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